A dengue é responsável por muitas mortes anuais no Brasil. Esta doença, infecciosa e altamente transmissível, é causada pelo Flaviridae – um vírus transportado pelo mosquito Aedes Aegypti. Apesar de todos os cuidados para a prevenção, esta praga continua a disseminar-se. E, não existindo ainda vacinas contra o dengue, é necessário um cuidado extremo para quebrar o ciclo de transmissão. E com a chegada da febre chikungunya (Saiba as diferenças entre a dengue e a febre chikungunya) o combate ao mosquito tornou-se ainda mais importante.
Quais as técnicas mais usadas para acabar com a praga? Além dos cuidados tradicionais, que todos podemos ter, o que é mais eficaz – fumacê ou motofog? Para além dos cuidados com a lixeira bem fechada, a proteção das águas paradas e outros, importa conhecer vantagens e desvantagens das técnicas de pulverização conhecidas como fumacê e motofog.
Pulverização: Fumacê ou Motofog?
As técnicas de pulverização são altamente aconselhadas. Com esta, as larvas ficam intoxicadas e acabam por morrer. Isto faz com que desapareçam e não se reproduzam. Práticas destas são muito utilizadas, principalmente por não existir ainda vacinação para o dengue. A pulverização é, assim, usada como forma de desinfecção de meios públicos e domésticos – estes últimos, muito atrativos para os mosquitos da dengue e da febre chikungunya.
Fumacê
A técnica mais usada e antiga na desinfestação do mosquito da dengue é o Fumacê. Este é um processo que consiste na nebulização, feita por carro. Estes carros, destinados ao efeito, apresentam um tubo no tejadilho, que executa a nebulização. Ficaram conhecidos como Fumacê pela cortina de fumaça que deixam para trás.
Porém, o Fumacê apresenta algumas desvantagens como:
– O carro não conseguir aceder a todo o lado;
– O veículo ter um alto custo de aquisição e manutenção;
– Ser muito poluente.
Apesar de esta alternativa de pulverização ser muito válida e requisitada, as desvantagens aqui descritas, levaram ao desenvolvimento de veículos alternativos ao Fumacê como o Motofog.
Motofog
Esta técnica de pulverização é mais recente. Ao invés de um carro, o veículo aqui utilizado é uma moto. Isto traz várias vantagens no combate às pragas. O Motofog movimenta-se melhor, e mais rápido, do que o Fumacê. Para além disso, tem um custo de aquisição e manutenção menores. Isto constitui um fator público de enorme importância: em regiões mais pobres, onde existe maior disseminação, o controle da praga pode ser mantido com menores custos. Os benefícios inerentes ao Motofog são muitos:
– Meio rápido e menos caro para os municípios;
– Mais econômico – taxas, manutenção e aquisição com valores baixos;
– Mais ecológico – polui até 70% menos do que o Fumacê;
– Operação em terrenos com acessos restritivos.
O Motofog é, assim, um instrumento que equipa as populações no combate à dengue e a febre chikungunya, que é eficaz e de baixo custo. Numa ocasião em que muitas pessoas são, ainda, contaminadas pelo mosquito Aedes Aegypti, a prevenção é de extrema importância. Não existindo vacinação, é necessário compreender quais os meios mais eficazes, para que governos, e a própria população, ajudem no combate à praga. Por isso, o monitoramento dos dados em tempo real torna-se essencial para uma prevenção com sucesso, pois com o desconhecimento das áreas onde existem o maior número de casos das doenças, o Motofog e o Fumacê não terão bons resultados.
Mais do que combater, é imprescindível que se impeça a reprodução, para se terminar com o ciclo de vida do vírus e do mosquito. Meios mais evoluídos que o Fumacê, como o Motofog, podem constituir uma resposta eficaz no combate à dengue, principalmente entre as populações mais carentes do Brasil.
