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Os custos das arboviroses para os cofres públicos

Além de perdas humanas, epidemias causadas pelo Aedes aegypti causam despesas gigantescas para os cofres públicos; prevenção eficiente é a melhor saída

 

Epidemias de Dengue, Zika e Chikungunya têm assustado o mundo, especialmente na América Latina e no Caribe. Além das milhões de pessoas afetadas e até mortas, as epidemias transmitidas pelo Aedes aegypti causam danos econômicos que estão na casa dos bilhões de dólares.

Diversos estudos feitos nos últimos anos comprovaram que deixar o mosquito voando livre sai muito caro para os cofres públicos. As estimativas são feitas com base em custos relacionados ao tratamento de pacientes, à perda de produtividade, a perdas relacionadas a mortes prematuras e ao impacto da evasão de recursos, como quedas no turismo.

 

Os rombos causados pela dengue e chikungunya

Uma pesquisa publicada em 2013, realizada por uma equipe comandada pela epidemiologista Kim M. Pepin, da Universidade do Estado do Colorado (CSU) apontou que, no ocidente, o Brasil é o país com as maiores perdas econômicas causadas pela dengue: cerca de US$1,35 bi por ano, incluindo custos com insumos (soros, remédios, exames de sangue), transporte e alimentação de doentes, além da perda de dias produtivos de trabalho (ou no caso de crianças, de escola).

Um estudo mais recente, divulgado em 2015 no PLOS Neglected Tropical Diseases – primeiro jornal de medicina totalmente dedicado à doenças tropicais pouco estudadas pelas ciências – aponta que o custo para a economia brasileira de um paciente de dengue, quando não há gravidade, é de US$174 (aproximadamente R$655). Assim como a pesquisa de Pepin, o cálculo considera custos diretos e indiretos da doença.

O mesmo jornal publicou dados relativos à chikungunya. Cientistas da Universidade Pierre et Marie Curie, de Paris, voltaram a atenção para uma pandemia que atingiu a Ilha de Reunião, na África, entre março de 2005 e abril de 2006. Um terço da população local (266 mil pessoas) contraiu a doença.

Em 2011, quando se pôde medir o impacto econômico da epidemia na Ilha, os números impressionaram: aconteceram 470 mil consultas médicas, um aumento de 25% em comparação a períodos sem surtos de doenças. Foram registradas 112.400 dias de ausência no trabalho, o equivalente a 307 anos. Somando gastos diretos e indiretos, a conta final para os cofres públicos foi de 43,9 milhões de euros (R$ 115 milhões na cotação da época).

A Universidade Tecnológica de Pereira, na Colômbia, fez um cálculo semelhante, com base na epidemia de chikungunya que aconteceu no país em 2014. Foram notificados 106.592 casos, representando um impacto econômico de, na época, US$ 73,6 milhões (R$190 milhões) para o governo.

 

Zika,  prejuízo a curto e longo prazos

Os estragos da Zika não ficam para trás. Publicado em 2017, um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), analisou impactos socioeconômicos da doença no Brasil, na Colômbia e no Suriname. A conclusão foi que a epidemia terá impactos significativos a curto e a longo prazo nas Américas.

  • A estimativa de custos na América Latina e no Caribe com a Zika, de 2015 a 2017, está entre US$7 bi a US$18 bi.
  • De acordo com a avaliação de impacto lançada em agosto de 2017 pelo PNUD e pelo Ministério da saúde, de US$3bi a US$10bi serão gastos somente no Brasil com a microcefalia resultante da Zika.
  • Em países mais pobres, como Haiti e Belize, os custos afetarão, respectivamente 1,13% e 1,19% do PIB, em um cenário de infecção elevada. Os custos relacionados às novas obrigações com cuidados infantis poderão atingir  entre meio bilhão e US$ 5 bilhões (aproximadamente de 1,5 a 15,5 bilhões de reais) para a região.

 

Monitoramento, a solução mais eficiente

Os custos humanos e econômicos das epidemias transmitidas pelo Aedes aegypti deixam clara a necessidade de investimento em prevenção eficiente. Somente visando o combate à dengue, que custa US$1,35 bi anuais para o Brasil em tratamento, são gastos cerca de US$1 bi por ano no controle do vetor. Grande parte do investimento, porém, se concentra em ações de combate ao mosquito em sua fase adulta, especialmente durante períodos de epidemia. E isso, sabemos, não é eficiente.

Soluções integradas de monitoramento e combate ao vetor, especialmente as fêmeas grávidas, são comprovadamente mais eficazes e econômicas. O MI-Aedes, solução da Ecovec, é referência quando se fala no assunto. É o que aponta o artigo divulgado na edição de abril de 2013 da revista EID-Emerging Infectious Diseases, considerada a quinta melhor no ranking das 70 revistas científicas sobre doenças infecciosas.

O estudo, realizado entre abril de 2009 e junho de 2011, avaliou o custo-benefício do MI-Aedes, assim como seus resultados no controle da dengue em 21 municípios de Minas Gerais. Essas 21 cidades com a tecnologia foram comparadas com mil simulações de grupos de também 21 cidades semelhantes a essas, porém sem o MI-Aedes.

Os resultados demonstraram que as cidades sem o MI-Aedes tiveram aumentos relativos de notificação de casos de dengue 2,7 vezes maiores nos anos de 2009 e 2010. As cidades com o MI-Aedes foram capazes de reduzir sua epidemia em 60%. A economia, por sua vez, foi gigantesca: a cada R$1 investido na tecnologia de prevenção, foram economizados R$6 que seriam gastos em tratamentos da dengue.

No estudo, observou-se ainda que o MI-Aedes parece ser mais eficiente em cidades com economias mais bem-estruturadas e há melhor custo-benefício em cidades com histórico de altas infestações.

 

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