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Resíduos e Aedes combinam

Como o gerenciamento incorreto de resíduos sólidos abre portas para o Aedes aegypti

O gerenciamento incorreto de resíduos sólidos é um dos maiores vilões na luta contra o Aedes aegypti. Criadouros artificiais para o mosquito, eles ainda são grande problema no Brasil: o último LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti) de 2017, divulgado em novembro, apontou que a maioria de focos do mosquito foi encontrada em lixos e depósitos domiciliares (caixas d’água, tambores, cisternas, pneus, garrafas e calhas). Mas por que esse ainda é um problema e como lidar com isso?

Quando falamos de resíduos sólidos, nos referimos a materiais, substâncias, objetos ou bens descartados que devem ter uma destinação final preferencialmente correta. Para estabelecer diretrizes e metas na gestão dos resíduos no Brasil, em 2010 foi instituída  a Lei Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Entre os principais pontos estabelecidos pela lei, estão o compartilhamento da responsabilidade sobre os resíduos (entre poder público, população, fabricantes e comerciantes), o incentivo ao reaproveitamento e à reciclagem, a utilização de materiais mais sustentáveis e a extinção dos lixões. Porém, há um déficit na informação e conscientização das pessoas sobre as regras e responsabilidades nesse processo, dificultando muito a aplicação das medidas propostas.

A população brasileira gera milhões de toneladas de lixo por ano, boa parte não aproveitada e descartada incorretamente, por exemplo, em terrenos baldios. Os próprios municípios não têm a estrutura ideal para esse manejo: segundo a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo IBGE em 2008, 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de gestão de Resíduos Sólidos, porém:

  • 50,75% despeja seus resíduos em lixões;
  • 22,54% em aterros controlados;
  • 27,68% em aterros sanitários.

Esses mesmos dados apontam que apenas 3,79% dos municípios têm unidade de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração.

 

Aedes aegypti e resíduos sólidos: como se relacionam?

Sabemos que, em cidades com problemas ou falta de saneamento básico, normalmente a proliferação de vetores é maior. E que, qualquer local ou recipiente que gere poças de água pode ser um criadouro para o mosquito. Portanto, quanto maior a quantidade de recipientes disponíveis no ambiente, maior a chance do Aedes aegypti se proliferar.

Em municípios onde a Ecovec realiza monitoramento, ocorre um aumento na captura de mosquitos adultos nas semanas logo após os períodos de chuvas. Isso justamente porque as chuvas propiciam boas condições para o mosquito depositar os seus ovos, que se desenvolvem rapidamente.

 

Como evitar que resíduos sólidos se tornem criadouros para o Aedes aegypti?

  • Praticando a coleta seletiva (limpando, vedando os recipientes e armazenando adequadamente todos os resíduos a serem reciclados);
  • Não descartando lixo em lugares inapropriados, como em terrenos baldios. Nesses locais, não há como controlar os criadouros em casos de chuva. É importante inclusive incentivar os cidadãos a denunciarem locais em que ocorre esse tipo de descarte;
  • Envolvendo a população, com campanhas educativas em escolas e comunidades, inclusive para vistoriar focos em suas próprias residências. Sabemos bem que grande parte da luta contra o Aedes aegypti depende da ação das pessoas;
  • Aplicando e fiscalizando as leis e normas de gestão de resíduos;
  • Extinguindo lixões e aderindo a aterros sanitários.

 

Quer saber mais sobre a importância de envolver a população na luta contra o Aedes aegypti? Clique aqui e leia mais sobre como a educação combate o mosquito e como a tecnologia pode auxiliar nesse processo.