DENV-2

Dengue Tipo 2: um novo alerta

Entenda mais sobre esse sorotipo da Dengue, que é o mais virulento e violento

Em 2008, aconteceu a que ainda é considerada a mais grave epidemia de dengue no Brasil. Foram notificados 806.036 casos, sendo 17.961 com complicações, 4.195 registros de Febre Hemorrágica da Dengue e 478 óbitos. Naquele ano, o vírus que se alastrava era o DENV-2, causador do tipo 2 da Dengue. Entre os 5 sorotipos da doença – 4 presentes no país – esse é o mais virulento (que se alastra com mais facilidade) e mais violenta.

Segundo um estudo realizado em Singapura, a Dengue 2 está mais relacionada à dores nas articulações e à menor contagem de plaquetas do que os demais sorotipos. “Vale lembrar que é apenas uma relação, e que não significa que os pacientes acometidos com outros tipos de dengue não manifestarão esses sintomas. Da mesma forma, pacientes com o tipo 2 não estarão isentos de sentir dor nos olhos, sintomas mais relacionados ao tipo 1”, explica Bruna Diniz, virologista da Ecovec.

Passados 9 anos da pior epidemia do país, o alerta foi reativado em 2017:  foram detectados 34 mil casos de dengue em Goiás, 81% do tipo 2. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou 29 mortes pela doença e relançou o programa Goiás contra o Aedes, no intuito de combater o Aedes aegypti, vetor da doença.

Esse ressurgimento é especialmente preocupante. Sabe-se que, uma vez infectado por um dos sorotipos4 da dengue, um indivíduo passa a ser imune ao mesmo. Com grande parte da população brasileira já infectada pelo tipo 1, a ocorrência de uma infecção por esse outro tipo aumenta o risco de desenvolvimento das formas graves da doença.

“Como já existem anticorpos contra um tipo de dengue no organismo, há uma reação inflamatória exacerbada, que prejudica o organismo, mas que não consegue neutralizar o novo sorotipo. O risco de desenvolvimento de uma forma grave da dengue é de 15 a 20 vezes maior quando se trata de uma segunda infecção,” explicou o infectologista Artur Tirmerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, em entrevista ao Portal G1.
Outro fator que preocupa é a histórica evolução desse tipo de vírus. No Brasil, o DENV-2 foi isolado pela primeira vez em 1990, em Niterói (RJ). Análises identificaram que a viremia (presença e multiplicação do vírus no sangue) do vírus nos períodos de 2007 a 2011 foi mais elevada se comparada ao período entre 1990 e 2000 (primeiro período de crescimento de casos graves da doença).

Ou seja, a segunda linhagem do vírus foi ainda mais “potente” do que a primeira, quando se fala em causar danos. Isso porque algumas regiões do genoma desse sorotipo foram alteradas, e apresentaram aumento na capacidade de replicação do vírus no sangue, aumentando a carga viral e apresentando como consequência uma doença mais grave e severa que os demais sorotipos.

Nesse cenário, qual a melhor forma de evitar uma nova epidemia geral? A de sempre: combatendo o Aedes aegypti, mosquito que transmite não só a Dengue, mas também a Zika e a Chikungunya. E, nessa luta, a tecnologia é uma importante aliada. Quer saber por quê? Continue no nosso blog e leia sobre como fazer o controle do Aedes requer tecnologia.