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Por que é tão importante saber a circulação viral no Aedes aegypti?

Entenda por que mapear essas informações é necessário para um combate efetivo

Uma das mais importantes ferramentas no controle das arboviroses é o mapeamento da circulação viral das doenças. Seja em casos de dengue, zika ou chikungunya, saber detalhes sobre a ocorrência deles auxilia – e muito – na hora de planejar ações de combate.

A circulação viral refere-se à presença desses vírus em espaços intra-urbanos. O crescimento desordenado dos centros urbanos, a produção de descartáveis que são dispostos no meio ambiente e a elevada densidade populacional nas cidades são fatores que facilitam a circulação viral.

Além disso, também a migração da população ajuda, pois continuamente se repõe o estoque de indivíduos susceptíveis, criando oportunidades para perpetuar o ciclo de transmissão e circulação do vírus.

Geralmente, detecta-se a circulação viral das arboviroses transmitidas pelo Aedes a partir de notificações em indivíduos que apresentam sintomas da doença, com consequente diagnóstico clínico ou laboratorial. Esses exames partem de ensaios com anticorpos específicos, isolamento viral a partir do plasma do paciente e até mesmo análise molecular.

“A informação da circulação viral em humanos é de extrema importância, pois mede a ‘saúde’ da população. Desde como ela está respondendo à presença do vírus, se ela se encontra ou não suscetível às doenças, até a avaliação da quantidade de pessoas acometidas, gerando informações de surto e epidemias,” explica Bruna Diniz, coordenadora de virologia na Ecovec.

É possível também mapear a circulação viral no vetor das doenças, o Aedes aegypti. Um mosquito infectado pode carregar uma ou mais arboviroses, o que pode ser verificado em laboratório.

Como estamos falando de arboviroses, a circulação viral no mosquito tem tudo a ver com a circulação que se refere aos casos humanos. Os vírus dependem dos mosquitos para se multiplicarem e, apenas após essa etapa, infectarem humanos. Somente depois de circularem nos vetores é que a doença começará a se manifestar nas pessoas.

Portanto, ter informações da circulação viral em mosquitos se torna extremamente importante. Assim é possível mapear precocemente a existência de vírus em uma determinada região. Às vezes, até mesmo antes da notificação em massa de casos humanos Dessa forma, desenvolvem-se ações ainda mais eficazes de controle vetorial, sabendo identificar a localização de entrada do vírus.

Ademais, as atividades de controle mudam quando se tem circulação viral. Quando ainda não existem casos humanos ou circulação viral, as atividades devem girar em torno das ações mecânicas, como a eliminação de focos de mosquitos. Já quando se mapeiam casos ou circulação viral, os municípios podem utilizar fumacê ou costal, de forma direcionada e eficaz.

É por isso que Diniz recomenda um monitoramento integrado. “O mapeamento conjunto – da circulação viral nos mosquitos e nas pessoas – é imprescindível para o monitoramento da circulação viral. Todos esses índices e informações se complementam para que o diagnóstico de uma determinada região seja, de fato, efetivo,” avalia Bruna.

 

Integrar essas medidas requer informação rápida. É por isso que o MI-Aedes, solução desenvolvida pela Ecovec, oferece notificação imediata dos focos de dengue, zika e chikungunya. Saiba mais aqui.