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A Ciência em ação contra o Aedes

Pesquisas apontam o monitoramento e a tecnologia como soluções para combate ao mosquito

Como se sabe, combater arboviroses como Dengue, Zika e Chikungunya está diretamente relacionado ao controle de seu transmissor, o Aedes aegypti. Nessa luta, a Ciência e a Tecnologia são importantes aliadas para tornar as ações mais efetivas, e diversos estudos já tratam sobre o assunto.

Quando se fala em estimar a população do Aedes aegypti e detectar infestações, o Ministério da Saúde, na nota 03/2014 elaborada pela FIOCRUZ e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), já reconhece o monitoramento do vetor adulto como o método mais eficaz. Isso porque integrar informações e ações de campo é definitivo para fazer mais gastando menos.

Outro estudo, conduzido por Eiras e Resende (2009) também aponta a vigilância como a melhor forma de direcionar as ações.

“Dadas as persistentes dificuldades nas tentativas de controlar o Ae. aegypti, o uso de um sistema de vigilância entomológica ativo para a detecção precoce de vetores permitiria implementar medidas de controle imediatas, com o objetivo de reduzir a infestação do Ae. aegypti e, portanto, o risco de ocorrência de dengue” (p.545, tradução livre).

Monitorar o vetor adulto consiste em identificar áreas críticas, distribuir os esforços das equipes de campo e fazer a melhor gestão das atividades de controle. O MI-Aedes, tecnologia desenvolvida pela Ecovec, atua justamente nesse sentido: por meio de geração de relatórios semanais, obtidos com o auxílio de georreferenciamento, é possível integrar as informações sobre vetor, vírus e casos da doença, e definir quais as ações mais adequadas para cada localidade.

Outro ponto importante é o uso de ferramentas inteligentes que auxiliem na ação diária dos agentes de combate ao mosquito. Necessárias para coletar informações e monitorar índices de infestações, as armadilhas instaladas nas residências devem focar no real transmissor de doenças: fêmeas grávidas e infectivas.

Para avaliar diferentes métodos de monitoramento, os cientistas Diogo Portella Ornelas de Melo, Luciano Rios Scherrer e Álvaro Eduardo Eiras publicaram estudo comparativo entre diferentes métodos de monitoramento (ovitrampa, mosquitrap e pesquisa larvária), relacionando o seu uso e a ocorrência de casos de dengue.

Os resultados apontaram que as Mosquitraps, ferramentas integradas ao MI-Aedes, se mostraram as mais eficientes em prever a localização e a data do aparecimento de um surto. Elas permitem contabilizar,  em tempo real, as fêmeas grávidas capturadas na armadilha, se tornando um ótimo indicador para risco de ocorrência de casos de arboviroses, e economizando tempo e mão-de-obra.

Também há estudos que indicam como o monitoramento integrado é a melhor forma de se combater o Aedes aegypti. No caso do MI-Aedes, um artigo divulgado na edição de abril de 2013 da revista EID-Emerging Infectious Diseases, considerada a quinta melhor no ranking das 70 revistas científicas sobre doenças infecciosas apontou resultados promissores.

Realizada entre abril de 2009 e junho de 2011, a pesquisa avaliou o custo-benefício do MI-Aedes, assim como seus resultados no controle da dengue em 21 municípios de Minas Gerais. Essas 21 cidades com a tecnologia foram comparadas com mil simulações de grupos de também 21 cidades semelhantes a essas, porém sem o MI-Aedes.

As conclusões demonstraram que as cidades sem o MI-Aedes tiveram aumentos relativos de notificação de casos de dengue 2,7 vezes maiores nos anos de 2009 e 2010. As cidades com o MI-Aedes, por sua vez, foram capazes de reduzir sua epidemia em 60%.  E a economia foi gigantesca: a cada R$1 investido na tecnologia de prevenção, foram economizados R$6 que seriam gastos em tratamentos da dengue.

 

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