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Responsabilidade social e o combate ao Aedes

Responsabilidade socioambiental se torna, cada vez mais, uma preocupação presente em toda a sociedade. Cidadãos conscientes e engajados cobram de governos e das corporações transparência a respeito de suas atividades e seus impactos ambientais e sociais, exigindo coerência e uma atuação ética.

A responsabilidade social deixa de ser um discurso vazio inflado por marketing, e as empresas entendem que é preciso apresentar resultados e práticas concretas. Algumas apostam no gerenciamento do ciclo de vida dos seus produtos, outras no uso consciente de recursos e outras até mesmo em políticas de saúde. É o caso da Fibria, cliente da Ecovec.

Empresa brasileira de base florestal, a Fibria e Suzano Papel e Celulose, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo. Em uma de suas fábricas em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, a empresa investe há 11 anos, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, em políticas de monitoramento e prevenção de ocorrências do mosquito Aedes aegypti.

Confira um pouco dessa parceria que já dura mais de uma década.

 

Prevenção e combate inteligente

Durante a construção da fábrica em Três Lagoas, a Fibria identificou que um dos riscos apontados em seus estudos seria uma possível epidemia de Dengue, que poderia atrasar o cronograma de implantação da unidade. Mais do que se preparar para essa possibilidade, a empresa decidiu investir em tecnologia e se antecipar a esse evento para combatê-lo de forma inteligente.

Foi assim que, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, conheceram a Ecovec, uma empresa de biotecnologia que contribui com a melhoria da saúde e do bem-estar da população por meio de competências em vigilância epidemiológica, entomologia aplicada, biologia molecular e tecnologia da informação. Com o auxílio do MI- Aedes, tecnologia desenvolvida pela empresa à partir de pesquisas sobre biologia do mosquito Aedes aegypti, com o objetivo de monitorar o vetor e a circulação viral em área urbana, a Secretaria de Saúde mantém um monitoramento semanal da incidência do mosquito, auxiliando na tomada de decisões das ações de prevenção e controle.

A parceria gerou resultados e, em 2009, a fábrica, com capacidade instalada de 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano, foi concluída. Mas os trabalhos não acabaram aí. O resultado foi satisfatório e, 11 anos depois, a Fibria ainda financia esse projeto.

 

Iniciativa privada e poder público em benefício da população

Com 117 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2017, o município de Três Lagoas instalou 305 Mosquitraps®, armadilhas desenvolvidas pela Ecovec para a captura do mosquito, contendo cada uma um atraente sintético para a fêmea do Aedes aegypti. A instalação das armadilhas é estratégica e georreferenciada, isto é, permite identificar, em um mapa, quais são as regiões com mais ocorrências do mosquito.

Semanalmente, os agentes de zoonoses se deslocam até as armadilhas, coletam os dados de captura daquela semana, sendo enviados para o sistema web, no qual as informações são consolidadas em formas de mapas, gráficos e tabelas. Para auxiliar nesse trabalho, a Fibria doou três motos, utilizadas pelos agentes para o deslocamento e coleta.

A Diretora de Vigilância em Saúde e Saneamento, Geórgia Medeiros de Castro Andrade, conta que essa nova abordagem complementou o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) do município.

Nós já vínhamos desenvolvendo um extenso trabalho de campo, com o monitoramento em residências, campanhas de informação e mobilização da população, entre outros. Mas era muito pulverizado. Com a tecnologia da Ecovec, nós temos um relatório semanal que nos permite direcionar e focar esse trabalho. Além de mais assertividade nas políticas de prevenção, há menos recursos públicos investidos de maneira errônea”, conta Geórgia.

 

Trabalho permanente

Ao longo desses 11 anos de parceria, o Aedes aegypti tem se mostrado uma enorme ameaça à saúde pública. Além da Dengue, o mosquito é identificado como transmissor da Chikungunya, Zika e Febre Amarela.

Para acompanhar essas mudanças e os principais avanços sobre práticas de prevenção, a Ecovec realiza anualmente um encontro com os agentes de campo de Três Lagoas/MS, para um treinamento de reciclagem e atualização do trabalho.

Infelizmente não há indícios de que a erradicação total do mosquito seja possível em um futuro próximo, então, esse trabalho deve ser permanente. É muito importante que nossa equipe de Agentes de Endemias sempre participe dessa recapitulação e atualização do que as pesquisas vêm apontando”, conclui Geórgia.